Alô Alô Bahia entrevista Julio Ribas

Pouco mais de um ano após assumir o aeroporto de Salvador, a Vinci Airports, que administra 46 termais em doze países pelas Américas, Europa e Ásia, tem desafios pela frente na capital baiana. Considerada a maior operadora privada de aeroportos do mundo, a empresa já realizou 60% das intervenções previstas na primeira etapa de obras em Salvador e, para a alta estação, os passageiros terão um jornada mais agradável pelo terminal. A primeira etapa, que vai até 31 de outubro, corresponde a 90% das intervenções exigidas pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) no contrato de concessão.
 
Quem garante é o diretor-presidente do aeroporto, Julio Ribas. Em entrevista ao Alô Alô, Ribas fala sobre os investimentos da Vinci, diz que as condições de infraestrutura encontradas pela empresa no terminal não eram ideias e reconhece que há preocupação com a extinção de rotas da Avianca. 
 
Alô Alô - Qual sua avaliação destes pouco mais de um ano de ano de trabalho da Vinci no terminal?
 
Julio Ribas - Evoluímos bastante, especialmente no que diz respeito à estrutura e qualidade do serviço oferecido aos passageiros. Apesar das obras de modernização não estarem concluídas, quem viaja pelo aeroporto já percebe diferenças, seja no conforto ou no atendimento. Tal fato se reflete nos números da Pesquisa de Satisfação aos Passageiros que vem melhorando ao longo do tempo. Desde que assumimos a administração do Terminal, deixamos o último lugar do ranking. Conseguimos atrair seis novos voos no ano passado. Após dois anos sem conexão direta com os Estados Unidos, conseguimos retomar a rota para Miami pela Latam. Destaco também as duas frequências semanais operadas pela Copa Airlines para a Cidade do Panamá, um importante centro de distribuição de passageiros para a América do Norte, América Latina e Caribe. Desenvolvemos uma boa relação com o trade turístico baiano, tanto com membros das associações, como com os integrantes das secretarias de turismo do governo do estado e da prefeitura. Percebo que há um grande empenho de todas as partes para desenvolver o turismo no estado. Além disso, estreitamos nossos laços com toda a comunidade aeroportuária, lojistas, terceirizados, órgãos públicos, etc.
 
Alô Alô - Os indicadores do aeroporto já começam a melhorar, mas ainda há críticas de usuários, especialmente as relacionadas à infraestrutura. Como responde?
 
Julio Ribas
- Desde que assumimos, em janeiro de 2018, já fizemos bastante coisa. Quando eu cheguei aqui, a gente almoçava transpirando na Praça de Alimentação. Hoje já estamos bem melhor em termos de conforto térmico. Já não temos mais problemas com sujeira nos banheiros, inclusive já inauguramos mais dois conjuntos de sanitários e bebedouros na área pública e em breve teremos mais dois, na área restrita aos passageiros. Reconhecemos que ainda há o que melhorar. Acreditamos que com o fim da primeira etapa das obras de renovação e ampliação, em 31 de outubro de 2019, a maioria das dificuldades enfrentadas serão superadas.
 
Alô Alô - Quando a Vinci assumiu, como classifica a infraestrutura encontrada?
 
Julio Ribas - A infraestrutura não estava em condições ideais. Os elevadores e escadas rolantes estavam em mau estado de conservação, havia pontes de embarque que não estavam operacionais, o aeroporto não contava com as licenças ambientais necessárias, não tinha sistema de detecção e combate a incêndio, tinha entulho acumulado. Toda a estrutura precisava realmente de manutenção e investimento, que é o que temos feito desde que começamos a administrar o local.
 
Alô Alô - Para o próximo período de alta estação, o que podemos esperar do terminal?
 
Julio Ribas - No início da alta estação, que começa em dezembro, a primeira etapa das obras de modernização e ampliação do Salvador Bahia Airport já estará concluída. Então os passageiros terão uma jornada mais agradável pelo aeroporto, encontrando conforto térmico, uma área de embarque mais ampla e novas opções comerciais. Todos os elevadores e escadas rolantes já terão sido trocados, teremos novas pontes de embarque e as já existentes estarão climatizadas, teremos mais banheiros disponíveis, entre outras melhorias. Os passageiros vão encontrar um Terminal mais moderno, funcional e com algumas áreas novas. É importante sinalizar que não vamos fazer grandes mudanças na aparência física do Terminal. As intervenções visam muito mais a funcionalidade e o conforto do passageiro do que alterações estéticas.
 
Alô Alô - Quais investimentos estão sendo planejados?
 
Julio Ribas
- Somente nas obras de modernização e ampliação estamos investindo cerca de R$ 700 milhões de reais. Esta verba será direcionada para diferentes intervenções, entre elas a ampliação da área construída em 22.000m², construção de um novo píer de aeronaves com 6 pontes de embarque, automação dos sistemas aeroportuários, implantação de um novo sistema de manuseio de bagagens, investimentos em sustentabilidade como a construção de uma Estação de Tratamento de Efluentes moderna (já concluída) e de um sistema de reuso de água, entre outros.
 
Alô Alô - Em quanto tempo teremos o aeroporto com o funcionamento pleno após todos investimentos feitos?
 
Julio Ribas - Já estamos com o aeroporto em pleno funcionamento e este é justamente um dos nossos maiores desafios, já que não temos como fechar o aeroporto para fazer as reformas. É importante sinalizar que mesmo após a entrega das obras obrigatórias que constam no Contrato de Concessão, os investimentos não param. Ao longo dos 30 anos de concessão, não vamos deixar de aprimorar a estrutura do Terminal.
 
Alô Alô - Quais as consequências da perda dos voos da Avianca? Isso é uma preocupação? E quanto à dívida da companhia, há alguma negociação em andamento?
 
Julio Ribas - A extinção das sete rotas anunciada pela Avianca em abril significa um impacto de 1,2 milhão de passageiros ao ano. Claro que isto nos preocupa, pois significa que voltaremos aos números de 2009. Porém, o aeroporto vai sobreviver. Temos o suporte de um grupo que administra outros 45 aeroportos no mundo. Então, o impacto sobre a Concessionária é pequeno. Muito mais grave é o efeito sobre os outros membros da cadeia de turismo, principalmente os micros e pequenos empresários. Quanto à dívida, ela está sendo cobrada pelos meios cabíveis.
 
Alô Alô - Sobre o imbróglio em torno do terreno onde hoje funciona um posto de gasolina, como a Vinci tem atuado para conseguir abrir nova concorrência no local?
 
Julio Ribas - Estamos aguardando as definições da ação judicial.
 
Foto: Divulgação. Siga o insta @sitealoalobahia.

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